segunda-feira, julho 25, 2005

Música de anúncio

Acabo agora de ouvir na televisão os primeiros segundos de uma das melhores músicas dos Postal Service, Such Great Heights. Era, claro, um anúncio qualquer. De muito bom gosto, claro, de uma farmacêutica ou outra coisa qualquer ligada a Healthcare, não interessa.

Já repararam que das poucas coisas que se aproveitam na televisão hoje em dia são alguns anúncios? É triste. Era suposto a programação cativar-nos tanto que fossemos "obrigados" a comer com os anúncios. Hoje em dia, não diria que funciona ao contrário, mas quase.

Em particular, a escolha das músicas é por vezes soberba. (Se não conhecem a tal música dos Postal Service, façam o download *grátis* aqui, que vale a pena) Não é que possa fazer grande coisa quanto a isso, mas sinceramente, não sei se gosto disso. Não haja dúvidas que o efeito inicial é agradável e que o anuciante leva a sua avante de captar a minha atenção. Mas quantas músicas não ficaram "estragadas" por ficar associadas a anúncios? E quantos grupos não eram deliciosamente independentes e "puros" até algum publicitário (certamente fã bem intencionado) os trazer para a ribalta, fazê-los famosos e condená-los ao mainstream? O grupo certamente que não se queixa de ficar rico, o publicitário certamente que encontrará algum consolo no bonus de um anuncio de sucesso, mas e eu? Como fico? Que vai ser dos Postal Service?

Mas enfim, eu devia era ver menos televisão.

PS: Sei que ainda estou a dever pelo menos um post sobre a road trip, mas agora apetecia-me escrever sobre isto.

sábado, julho 09, 2005

A pedido de muitas famílias...

...aqui segue um esquema do percurso que fizémos até agora. As bolas representam sítios onde passámos algum tempo (ou seja, que não nos limitámos a ver "en passant"). A tracejado, desenhámos o percurso previsto até ao fim da viagem.


Sim, já andámos um pedaço. Cerca de 11 mil milhas (18 mil quilómetros, mais coisa, menos coisa) e ainda não acabámos. Só para terem uma ideia, já mudámos o óleo duas vezes desde que começámos a viagem. E não foram três mudanças de óleo porque fizemos 2 mil milhas mais do que devíamos entre as duas mudanças.

Há bocado contei rapidamente e já podemos dizer que já fizémos mais de metade dos Estados dos USA. Nem as memórias da viagem saberiam tão bem se assim não fosse (raio de frase).

De acordo com os nossos planos, a próxima semana vai ser dedicada sobretudo aos parques naturais do Colorado (Mesa Verde) e Utah (Arches e Zion). Esperemos que não esteja demasiado quente (Yeah, right! Na nossa última experiencia em parques nacionais, acabámos com a tenda cheia de neve. A proverbial ironia divina deverá fazer o favor de nos providenciar com temperaturas na casa dos 40º, claro)

Também não nos podemos queixar demasiado do tempo. Afinal de contas, o furacão Dennis esperou que nós nos afastassemos da zona para atacar toda a Florida e as costas sul do Louisiana e do Alabama. Obrigado, pá!

PS: Como podem ver pelo diagrama, antes de voltarmos à California se calhar vamos oferecermo-nos uma noite em Las Vegas. Para descontrair. :-) E sempre posso espreitar o World Series of Poker, o maior evento anual no mundo do Poker e um verdadeiro fenómeno de popularidade aqui nos States.

sexta-feira, julho 01, 2005

Ponto de situação

Será talvez útil fazer um pequeno resumo do que fizémos nos últimos dias e do que vamos fazer a seguir.

Neste momento acabámos de sair do Estado da Florida estamos a pernoitar em Bruinswick (Bruinsville? Bruinsdale? Whatever!), no extremo sul da Georgia. (na verdade, só a Joana está a pernoitar. Vestida - i.e., sem ter vestido o pijama ou equivalente - e com os óculos, como de costume. Eu estou de pé - i.e., sentado - a escrever isto).


(curiosamente, estava eu a acabar de escrever isto e a Joana semi-acorda e pede-me o pijama. Parece ter desenvolvido o estranho super-poder de interpretar o barulho do teclado do laptop enquanto dorme. Tu-ru-ru-ru... Esperemos que só o utilize para o bem da humanidade)

Portanto, entrámos pela Florida pelo Noroeste (a famosa zona do Panhandle, cujo significado tanto me desconcertou até que, há apenas umas duas semanas, tive uma luz e percebi que não era mais do uma referência ao seu aspecto geográfico em formato de pega de tacho - pan handle) vindos do Louisiana. Assim que descobrimos que a etimologia do Panhandle era de longe a coisa mais interessante que o lugar tinha para nos oferecer, seguimos para sul. Passámos uns dias em Miami Beach (muito melhor do que a foleirada cor de rosa da série Miami Vice dava a entender) a descansar e a preparar a Marta para o embarque. Depois seguimos para Norte (ou seja, não fomos às Keys, para minha grande tristeza, mas ficava caro e ia demorar algum tempo), fomos a Orlando experimentar um parque temático (Bleargh!!!) e depois demos um pulo ao Kennedy Space Center, que nem é mto longe.

Finalmente, dormimos a nossa última noite "florida" (ah, que trocadilho infame) em Cocoa Beach, perto do Cabo Canaveral e o centro surfista aqui da zona (que dá-me ideia que só tem ondas com tamanho de gente quando se aproximam furacões -bicho a que nos temos escapado, por acaso...). Hoje de manhã despedimo-nos das águas quentinhas da Florida (são apenas mais uns 15º - centigrados! - que a água da Califórnia) e cá estamos nós na Georgia.

O plano é continuar pela costa acima mais um pouco (mas não demasiado) e depois cortar para dentro e dar início à viagem de regresso. Não percam as cenas dos próximos capítulos!!

Para o infinito e mais além!!

Estando aqui tão perto não resistimos (ou antes, eu não resisti) a dar uma espreitadela ao Kennedy Space Center. (o complexo da NASA onde os americanos montam e lançam os seus foguetões, situado na zona do Cabo Canaveral)

Esta é uma foto minha com uma réplica em tamanho real do Saturno V, o modelo de foguetão das missões Apolo que levaram o homem à lua.

Como quem me conhece há muito tempo sabe, o que eu queria mesmo, mesmo, mesmo fazer na vida era trabalhar para a NASA, de preferência associado ao programa espacial. Como qualquer frustado que se preze, resta-me tirar fotos e ler ficção (e alguma divulgação) científica a torto e a direito. Aproveito a ocasião e o facto de haver tantos recém-papás no meu grupo de amigos para deixar um apelo: incentivem os vossos filhos a seguirem carreira na área de que gostam, por muito disparatado que pareça. Pode ser que nunca fiquem ricos, mas para que serve o dinheiro se não para uma pessoa fazer o que gosta? (referência à parábola do milionário que se reforma para poder passar o resto da vida a pescar nas Caraíbas) Será certamente ignorado (se calhar mesmo por mim), mas tinha de ficar dito.

Mas bom, adiante. Foi uma visita gira (em brasileiro, bacana). Bem mais gira do que a estupada (não confundir com estrupada) do Universal Studios em Orlando. Que coisa mais sem graça!! Tá bem que eu só vi um dos muitos parques temáticos (Islands of Adventure, Disney World, etc) e como tal posso estar a confundir a árvore com a floresta, mas não consigo conceber como há tantos e tantos milhões de pessoas a passarem as suas férias a fazer isto. Diz-se inclusivamente que Orlando é o maior destino turístico dos americanos. Já ouvi a mesma coisa em relação a meia dúzia de outros sítios nos States, mas não me custa a acreditar. Americanos, que se há de fazer...

PS: Este vai ser mais um daqueles posts que a Joana vai se arrepender de me ter deixado fazer, certamente... :-)